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O Cérebro em Ação Durante um Ataque - Leão e Cervo

  • Foto do escritor: FLAVIO  BOCK
    FLAVIO BOCK
  • 23 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 1 de dez. de 2024








Imagine uma savana africana. Um cervo está calmamente pastando, atento ao ambiente. Ao longe, um leão se esconde, observando cada movimento do cervo, preparando-se para atacar.


1. O Cérebro do Leão - A Preparação para o Ataque

O leão é movido pelo instinto de caça. Vamos explorar o que acontece no cérebro dele enquanto planeja o ataque:


1.1. Amígdala e Sistema Límbico

  • A amígdala do leão detecta o estímulo visual do cervo, associado à fome e sobrevivência.

  • Ela ativa o sistema límbico, que coordena as emoções de foco e predação.


1.2. Hipotálamo e Eixo HPA

  • O hipotálamo envia sinais ao corpo para liberar adrenalina e aumentar a vigilância.

  • Isso ativa o eixo HPA, preparando o leão para o esforço físico:

    • Aumenta a frequência cardíaca.

    • Dilata as pupilas para melhorar a visão.

    • Direciona sangue para os músculos.


1.3. Córtex Pré-Frontal

  • O córtex pré-frontal planeja a melhor abordagem para atacar o cervo. Ele calcula a direção, a distância e o momento exato de agir.

  • O leão entra em estado de fluxo, onde o foco total permite que todas as ações sejam coordenadas.

1.4. Núcleo Accumbens


  • O núcleo accumbens, parte do sistema de recompensa, antecipa a satisfação de capturar a presa. Isso gera motivação adicional para o ataque.

2. O Cérebro do Cervo - A Detecção do Perigo

O cervo, por outro lado, está focado em sua sobrevivência. Ao detectar o leão, o cérebro dele entra em alerta máximo.

2.1. Amígdala


  • A amígdala do cervo reage imediatamente ao ver ou ouvir o leão, ativando o sistema de luta, fuga ou congelamento.

  • A resposta inicial é baseada na memória associativa: o cervo reconhece o leão como um predador mortal.

2.2. Hipotálamo e Eixo HPA


  • Assim como no leão, o eixo HPA é ativado, liberando adrenalina e cortisol. Isso prepara o cervo para a fuga:

    • Aumento da frequência cardíaca e respiratória para fornecer mais oxigênio aos músculos.

    • Redistribuição do fluxo sanguíneo, priorizando pernas e órgãos vitais.

2.3. Colículo Superior


  • O colículo superior, uma parte do cérebro envolvida em reflexos visuais, ajuda o cervo a rastrear os movimentos do leão e ajustar a direção de fuga.

2.4. Hipocampo


  • O hipocampo acessa memórias de rotas de fuga. O cervo "lembra" de áreas seguras e decide rapidamente para onde correr.

3. O Momento do Ataque


Agora o leão salta em direção ao cervo. Vejamos o que ocorre nos dois cérebros durante essa ação crítica.

3.1. No Cérebro do Leão


  • Coordenação motora: O cerebelo e os gânglios da base controlam a precisão dos movimentos musculares.

  • Foco absoluto: O córtex visual e motor trabalham juntos para ajustar o ataque com base na posição do cervo.

  • Estado de excitação máxima: O cérebro do leão está inundado de dopamina, o que reforça sua determinação.


3.2. No Cérebro do Cervo

  • Aceleração dos reflexos: A amígdala continua disparando sinais de alerta, e o tronco encefálico comanda os reflexos motores rápidos.


  • A fuga em si: O cérebro do cervo usa toda a energia disponível para correr. Não há espaço para pensamentos conscientes; tudo é reação instintiva.


4. Após o Ataque

Se o leão captura o cervo, o cérebro de ambos responde de maneira distinta:

4.1. No Cérebro do Leão

  • Recompensa: O sistema de dopamina recompensa o esforço com a satisfação da caça bem-sucedida.

  • Relaxamento: O sistema nervoso parassimpático é ativado, reduzindo a excitação e permitindo que o leão consuma sua refeição.


4.2. No Cérebro do Cervo (Se Sobreviver)

  • Memória traumática: O hipocampo armazena a experiência do ataque como uma memória traumática.


  • Respostas futuras: A amígdala estará ainda mais sensível a sinais semelhantes, resultando em uma hipervigilância contínua.

Se o cervo for capturado, o cérebro ativa um mecanismo de "desligamento" para reduzir a dor e o sofrimento emocional, liberando endorfinas para anestesiar a experiência.


Resumo Neurobiológico

  1. Leão:

    • Amígdala: foco no ataque.

    • Córtex pré-frontal: planejamento.

    • Núcleo accumbens: motivação.

    • Hipotálamo: preparo físico.

  2. Cervo:

    • Amígdala: alerta máximo.

    • Hipocampo: busca de rotas de fuga.

    • Colículo superior: reflexos visuais.

    • Hipotálamo: ativação do eixo HPA.

Essa dinâmica entre predador e presa mostra como o cérebro é perfeitamente adaptado para desafios específicos de sobrevivência, revelando uma sinfonia neurobiológica que guia ações instintivas e estratégicas.

Alguma parte precisa de mais detalhes ou exemplos?

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